O relâmpago tem fama de ser um dos eventos mais imprevisíveis da natureza, sobretudo quanto se refere a seu local de impacto, daí também que seja um acontecimento realmente fortuito que uma pessoa seja atingida por um, algo que inclusive poderíamos pensar que transcende a má ou a boa sorte pela condição improvável de sua ocorrência.

No entanto, acontece. E quando suas conseqüências não são fatais, a maioria, inclusive podem fazer do corpo humano um tipo de tela onde deixam traços surpreendentes, padrões quase fractais pictóricos desenhados pela própria natureza.

A primeira imagem mostra o braço de Winston Kemp, um eletricista de 24 anos que foi golpeado, aparentemente sem se dar conta, por um relâmpago durante uma tempestade. E ainda que a energia liberada durante um destes impactos pode ocasionar, no corpo humano, falhas cardíacas e graves problemas no sistema nervoso, em Kemp só deixaram estas marcas, uma tatuagem natural cujas condições de criação são dificilmente imitáveis.

Estas imagens recebem o nome de figuras de Lichtenberg, em homenagem ao célebre escritor e pesquisador alemão Georg Christoph Lichtenberg, que descobriu que uma corrente elétrica estendida sobre uma superfície isolante fica congelada e suas ramificações instantâneas são expostas, algo assim como “aprisionar” descargas elétricas em materiais isolantes. Esta descoberta foi também o precursor da física dos plasmas dos dias modernos.






As duas imagens abaixo mostram as figuras de Lichtenbergse em blocos de vidro e acrílico e o vídeo no final do post permite acompanhar a criação do curioso fenômeno.